Outubro Rosa: a prevenção ao câncer de mama
O movimento internacionalmente conhecido como Outubro Rosa surgiu em 1990, quando aconteceu a primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova Iorque, e desde então é promovida anualmente na cidade. O nome do movimento remete à cor do laço rosa que simboliza a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades na causa.
O Outubro Rosa tem como objetivo principal alertar as mulheres e a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, além da atenção e cuidado com o próprio corpo.
Campanhas de conscientização
No Brasil, as campanhas de conscientização do Outubro Rosa acontecem desde 2002. No entanto, especialistas da área médica ressaltaram, em levantamento apresentado no ISPOR (International Society For Pharmacoeconomics and Outcomes Research) em 2017, que ainda que a conscientização seja muito importante, é necessário cuidado com as mensagens divulgadas neste período.
Uma análise das postagens realizadas em redes como Facebook e Twitter mostrou que ainda existe muita desinformação nas campanhas de conscientização, especialmente acerca do autoexame, que não é considerado suficiente para a detecção precoce da doença.
Tocar o próprio corpo e reconhecer sinais de possíveis mudanças é uma importante ferramenta de empoderamento da mulher frente à própria saúde, mas não substitui a mamografia, por exemplo. Dados do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA) apontam que apenas 2,5 milhões de mamografias foram realizadas em 2014, equivalente a uma taxa de 24,8%, bem menos do que os 70% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
A detecção precoce da doença é a forma mais efetiva de combatê-la. Portanto, realizar o exame de mamografia e fazer visitas periódicas ao seu médico são passos fundamentais, já que grande parte dos casos de câncer de mama podem ser detectados em fases iniciais, aumentando as chances de tratamento e cura.
Como se cuidar
No Brasil, o Ministério da Saúde recomenda que a mamografia de rastreamento (quando não há sinais, nem sintomas) seja realizada em mulheres de 50 a 69 anos, pelo menos uma vez a cada dois anos. Já a Sociedade de Mastologia defende que o exame seja feito a partir dos 40 anos de idade.
Entretanto, para mulheres que possuem algum histórico familiar, recomenda-se a mamografia anual a partir dos 35 anos. O histórico familiar trata-se de pelo menos um parente de primeiro grau – seja mãe/pai, irmã(o) ou filha(o) – com diagnóstico de câncer de mama, principalmente se antes dos 50 anos de idade. Ou algum parente de primeiro grau com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária.
Além disso, outro exame muito importante de ser realizado com frequência é a ultrassonografia das mamas. O exame ultrassonográfico não substitui a mamografia, mas também é muito importante na detecção de alterações mamárias variadas – principalmente em mulheres mais jovens, que ainda não possuem idade para a mamografia. Nódulos, cistos, secreções nos mamilos, espessamento do tecido mamário, entre outras alterações, são visíveis através deste exame. A indicação para mulheres que nunca tiveram nenhum problema mamário e não possuem qualquer histórico familiar é fazer o ultrassom uma vez por ano, a partir dos 25 anos.
Ademais, manter hábitos saudáveis juntamente à prática de atividades físicas também são fatores importantes para ajudar com a saúde de maneira geral. Esses hábitos impactam nosso dia a dia de maneira extremamente positiva. Alguns estudos comprovam que, mesmo após descobrirem o câncer de mama, mulheres que adotam bons hábitos têm uma redução de mortalidade considerável se comparadas às mulheres que seguem com os maus hábitos.
Fique atenta! São considerados fatores de risco:
Autoexame
Como citado anteriormente, especialistas pontuam que, apesar do grande apelo informativo, o autoexame não é efetivo na detecção e não pode ser um substituto da mamografia. No entanto, essa é uma forma importante de estar atenta ao seu corpo e às mudanças apresentadas no mesmo, não somente no Outubro Rosa, mas sempre. Por isso, confira a seguir como realizar o autoexame:
Em frente ao espelho
– Sem roupas, observe os dois seios.
– Primeiramente com os braços caídos.
– Em seguida, coloque as mãos na cintura, pressionando-a para verificar se existe alteração na superfície da mama.
– Depois, coloque-as atrás da cabeça e observe o tamanho, a cor e a forma do mamilo, além de inchaços, saliências e rugosidades.
– Pressione levemente o mamilo e veja se há saída de secreção.
Durante o banho*
– Levante seu braço esquerdo e apoie-o sobre a cabeça.
– Com a mão direita esticada, examine a mama esquerda com movimentos circulares¹.
– Divida o seio em faixas² e analise devagar cada uma dessas faixas. Use a polpa dos dedos e não as pontas ou unhas.
– Sinta a mama.
– No fim da palpação, pressione os mamilos suavemente e observe se existe saída de líquido.
– Repita os movimentos na outra mama.
*A palpação das mamas deve ser feita durante o banho, com o corpo molhado e as mãos ensaboadas para facilitar a identificação de alterações.
¹ Primeiro no formato de círculos que começam no mamilo e crescem até cobrir o seio todo.
² Em linhas retas em direção ao mamilo e por último em linhas retas para cima e para baixo.
Deitada
– Deve-se deitar de costas.
– Coloque uma almofada ou toalha dobrada sob o ombro direito para examinar a mama desse lado, isso eleva a altura do ombro e facilita o autoexame. Então, coloque o braço direito sobre a cabeça.
– Sinta a mama com movimentos circulares, fazendo uma leve pressão.
– Apalpe a metade externa da mama.
– Depois apalpe as axilas.
– Inverta o procedimento para a mama esquerda.
Caso sinta algum nódulo ou mudança na textura ou tamanho da mama, procure um médico ginecologista. Ele realizará o exame clínico de mama e poderá solicitar a mamografia.
Outubro Rosa também é para os homens!
Além de entender a importância da data e propagar o máximo de informação possível sobre a prevenção, os homens precisam saber que o câncer de mama não é restrito apenas às mulheres. Mesmo possuindo uma menor incidência nos casos, homens também podem apresentar a doença. Os possíveis sinais de câncer de mama masculino incluem:
– Protuberância ou inchaço, geralmente (mas nem sempre) indolor.
– Pele ondulada ou enrugada.
– Retração do mamilo.
– Vermelhidão ou descamação da pele da mama ou do mamilo.
– Inchaço nos linfonodos axilares.
Estas alterações não são sempre causadas pelo câncer, mas, se você notar qualquer alteração nas mamas, consulte imediatamente um médico para poder realizar o diagnóstico o mais rápido possível.
Concluímos então que realizar campanhas que promovam o Outubro Rosa é algo muito relevante e importante. Mas, para além desse mês, procure sempre conversar principalmente com as mulheres ao seu redor sobre os cuidados necessários para a prevenção ao câncer de mama.
Fale sobre a saúde feminina com suas amigas, mães, irmãs, esposas ou namoradas, tias e colegas de trabalho, pois cuidado e carinho nunca são demais.
Esperamos que essa matéria tenha lhe ajudado. Lembre-se de que a prevenção é sempre a melhor opção! Cuide-se e cuide também de quem você ama.