Previna-se contra fraudes nos boletos
O pagamento através de boletos bancários continua sendo uma prática muito comum no Brasil. Um dos motivos para que isso se deve é a facilidade da transação (não sendo necessário possuir uma conta bancária), custos fixos de emissão, e a possibilidade de compra pela internet.
Mas infelizmente, devido à popularidade desses títulos, muitos criminosos aproveitam-se dos mesmos para lucrar através de golpes aplicados pela internet ou pelo correio, enviando boletos falsos.
Segundo Fábio Assolini, analista sênior da empresa de antivírus Kaspersky, o sistema moderno de geração de boletos depende da passagem por uma página na web, o que abre margens para alteração de dados.
Apresentaremos nessa matéria, portanto, os diferentes modos que pessoas mal-intencionadas usam para burlar a lei e maneiras de você se proteger contra fraudes nos boletos:
Boletos via e-mail
Um dos esquemas mais recorrentes refere-se ao envio de spams por e-mail com cobranças falsas aos usuários. Geralmente contam com mensagens alarmantes do tipo “Urgente! Boleto em aberto!” ou propostas de descontos ou renegociações irresistíveis.
Normalmente esses e-mails contém links que levam o usuário até páginas falsas para emitir um boleto adulterado ou instalam um vírus que altera a digitação do código de barras.
Também é possível que o golpista envie a mensagem se passando por uma empresa em específico, requisitando uma nova impressão de boleto e oferecendo enormes descontos caso o pagamento seja feito a partir desse novo documento. Por isso, preste atenção no domínio do e-mail recebido. Normalmente empresas atendem por domínio virtual próprio (no caso da Göedert, @goedert.com.br), não fazendo uso de domínios comuns como Gmail, Yahoo ou Hotmail.
Para se defender desse tipo de crime cibernético, evite emitir boletos que não sejam gerados no site oficial da empresa ou banco que está fazendo a cobrança. Dificilmente uma empresa fará cobranças via e-mail.
É recomendado também o método de pagamento DDA (Débito Direto Autorizado). Após um cadastro, a pessoa recebe uma notificação da instituição. A operação só prossegue após a devida autorização do indivíduo. É essencial entrar em contato com seu banco para verificar a disponibilidade desse método.
Correspondência
Alguns golpistas conseguem enviar cobranças muito parecidas com as originais, fazendo a pessoa pagar as falsas e só perceber a fraude no boleto quando a empresa prestadora do serviço entra em contato dizendo que a fatura está em aberto.
Nesses casos, são alterados os dados bancários do documento: em vez do seu dinheiro ser depositado no banco X, ele vai para a conta do criminoso na conta Y.
Se você suspeitar da veracidade do boleto, preste atenção nos três primeiros números do documento e no campo “Nosso Número” (segunda sequência de 12 números). Por exemplo, uma cobrança do banco Itaú que comece com os números 237 é falsa, pois esses números representam o Bradesco; sendo o Itaú representado pelos dígitos 341. Os códigos dos bancos podem ser encontrados facilmente no site da Febraban (Federação Brasileira de Bancos).
Outro detalhe importante é que documentos falsos costumam apresentar o código de barras alterado para não serem lidos em aplicativos de celulares ou em caixas eletrônicos.
Caso o sensor não consiga identificar o código de barras, todo o cuidado na hora de digitar a numeração deve ser redobrado, já que esse truque é feito especificamente para forçar a pessoa a digitar o número alterado.
A Göedert, para evitar esses contratempos, envia o boleto impresso junto com a nota fiscal e a sua mercadoria. Só enviamos boletos por e-mail mediante solicitação prévia do cliente.
Sites falsos de emissão de 2ª via de boletos
Depois de passada a data de vencimento de um boleto, muitas pessoas procuram na internet páginas para recalcular o novo valor do título com juros e taxas embutidas, e é aí que entra o golpe.
Alguns desses domínios pedem para o usuário digitar todos os dados do boleto e prometem gerar uma nova cobrança com os valores reajustados. No entanto, esses sites substituem o código do título e os substituem para uma conta diferente para transferência.
Também é possível que façam sites idênticos aos originais do banco. Então preste muita atenção ao domínio indicado na barra de endereços da página. O normal é que seja o nome do banco seguido por “.com.br”, validado com ‘http’ ou ‘https’. Qualquer endereço que fuja do padrão e seja mais estranho possui grandes chances de ser falso.
Usuários do sistema Windows podem recorrer a um programa gratuito chamado Windows Removal Tool que identifica vírus bancários.
As dicas aqui apresentadas devem lhe ajudar a separar títulos legítimos dos fraudulentos, mas também recomendamos ao cliente entrar em contato com o SAC do banco ou com o setor de atendimento da empresa emissora em qualquer suspeita de fraude. O modo mais seguro de se proteger, por fim, é sempre ter certeza de que o boleto gerado é verdadeiro antes de pagá-lo. Afinal, a lei estipula que nesses casos a responsabilidade é inteiramente da vítima.